domingo, 23 de maio de 2010

O COMEÇO E A HISTÓRIA DE MORENO ENGENHO

Moreno


“Num mapa da capitania de Pernambuco, publicado em 1665, de autoria do cartógrafo holandês Vingboone, aparece assinalado o engenho N. Sra. Da Apresentação que o relatório flamengo de 1637 diz pertencer a Balthazar Gonçalves Moreno (o Moreno Gordo das crônicas da época) embora não tenha sido o fundador do engenho, pois em 1618, alvará-régio de D. Felipe II revalidou a venda efetuada pelo judeu converso Carlos Frederico Drago, feita em 29 de fevereiro de 1616, pelo preço de vinte e dois contos e quatrocentos mil réis ao dito Balthazar, português chegado á capitania de Pernambuco em companhia de seu irmão Gaspar Gonçalves Moreno.

Recorda-se o leitor que a partir de 1565 começaram a ser distribuídas as terras na ribeira do Jaboatão, onde vastas glebas foram doadas, através de cartas de sesmarias, para fundação de engenhos de açúcar e conseqüente cultivo do solo, de maneira que sem se poder precisar a data exata em que o judeu Carlos Frederico Drago mandou levantar o engenho supõe-se que as terras foram adquiridas nos fins do século XVI ou principio do século seguinte.
Em 1657 a condessa de Penagião (titular da Casa dos Sá e Menezes) irmã do 6º conde de Atouguia que foi nomeado Governador Geral do Brasil em 1654, sogra do General Francisco Barreto de Menezes, vencedor das Batalhas dos Guararapes e governador de Pernambuco de 1654 a 1657, aparece como proprietária do engenho N. Sra. Da Apresentação. Em seguida o engenho foi adquirido por João de Barros Rego, capitão-mor de Olinda que se tornou dono de vasta extensão de terras, chegando a possuir doze engenhos. Com o decorrer dos anos, outros proprietários possuíram o engenho até que o mesmo foi parar ás mãos de Antonio de Souza Leão e de D. Rita de Cássia Pessoa de Melo( mãe do Barão). Nomeado Barão de Moreno, Antonio de Souza Leão era irmão do Visconde de Campo-Alegre e do Senador do Império Felipe de Souza leão. Chegou a possuir oito engenhos: Moreno, Catende, Xixaim, Viagens, Pitimbú, Carnijó, Bom-Dia e Brejo.

O engenho, localizado á margem da PE/7 permanece mais de um século e meio em poder dos Souza Leão, através de gerações que se mostraram fieis ao cultivo da terra e das tradições de família ao longo da qual desfilam nomes de referencia histórica de elevada nobreza, pois dentro do Estado, a família Souza leão é a que apresenta mais números de fidalgos ligados á nobiliarquia brasileira dois Viscondes (Campo-Alegre e Tabatinga) e seis Barões – Vila-Bela, Moreno, Jaboatão, Caiará, Gurjaú e Souza Leão.

Aos 21 de abril de 1749, o capitão-mor da freguesia de Jaboatão Domingos Bezerra Cavalcanti recebeu, por carta de sesmaria do governador D. Marcos de Noronha, duas léguas de terras pagando foro de seis mil réis por légua o que veio a transformá-lo em respeitável latifundiário, dono dos engenhos Morenos, Catende, Laranjeiras e são João Batista todos, na época pertencentes a jurisdição da freguesia de Santo Amaro do Jaboatão o que lhe dava rude autoridade sobre seus moradores. Em 1752 foi convidado a apresentar os títulos de suas terras e como não pudesse satisfazer plenamente as exigências do ouvidor de Pernambuco, João Bernardo da Gama, suas propriedades foram confiscadas e sensivelmente diminuídas. Em 1774 perdeu o engenho são João Batista em ação movida e ganha pelo capitão Luiz Pereira Viana e sua mulher Ana Correia de Araújo, donos do engenho Pereira, em Moreno.
Em 1884, a direção da estrada de ferro The Great-Western of Brasil Railway Company Limited pretendeu construir uma estação no ponto de cana do engenho Moreno, mas a família do barão de Moreno não consentiu e pôs a disposição dos ingleses qualquer outro terreno dentro de suas propriedades, entre os engenhos Bom-Dia e Xixaim. O ponto escolhido foi no engenho Catende e que daria, no futuro, o centro comercial da Vila Nathan , assim chamada em homenagem ao judeu Allan C. Nathan a quem foram outorgados poderes para dirigir e ultimar os trabalhos da fabrica de tecidos que durante muito tempo serviu aos morenenses”.


“O engenho do Moreno Gordo, durante a campanha da Restauração Pernambucana, foi palco de inolvidável acontecimento histórico. Quando Amador Araújo, senhor do engenho Tabatinga, em Ipojuca, atacou a guarnição holandesa sendo perseguido por tropa comandada pelo coronel Hendrick Van Huss. Foi no engenho N. Sra. Da Apresentação que ele, Pedro Marinho e João Paes Cabral encontraram abrigo e se juntaram ás tropas de André Vidal de Negreiros daí marchando para os Montes das Tabocas onde, 3 de agosto de 1645 derrotaram os flamengos numa batalha memorável que a História registrou com orgulho. Os batavos derrotados, refugiaram-se no engenho, mas perseguidos pelos insurgentes, daí se retiraram para o Recife. Afirma Jan de Laet que o coronel Arciszewski perseguindo D. Felipe camarão, por duas vezes, pernoitou com suas tropas no engenho, a 5 de setembro e 4 de dezembro de 1636.
Mas o fato que orgulha os morenenses e enche de ufania os proprietários do engenho, foi a visita que o Imperador D. Pedro II e sua imperial consorte fez a casa-grande onde jantou e descansou com destino a Vitória. No dia 18 de dezembro de 1859, o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz D. Tereza Cristina partiram do Recife com destino á Vitória. Ás 7 horas da manha chegaram ao povoado de Tejipió e meia hora depois atingiram Jaboatão onde foram homenageados. Ás 9 horas Suas majestades eram recebidos no engenho, onde jantaram. Ás 17 horas partiram para as terras das Tabocas. No dia 20, ás 5 horas, os Imperadores regressaram a Moreno dirigindo-se ao engenho Catende do cel. Antonio Pereira da Silva, ali almoçando e jantando. Ás 16 horas regressaram ao Recife. Essa visita do Imperador e sua consorte ao engenho Moreno foi acontecimento de significativa importância histórica para os morenenses, tanto que a casa-grande do engenho ainda conserva parte do rico mobiliário, das telas e dos tapetes que ali se encontravam quando da visita dos Imperadores do Brasil”.

ANTIGA CASA DOS IRMÃOS MORENO GORDO 1628 AO LADO DO SOLAR ( HOJE EM RUÍNAS) E JÁ SEM NENHUMA PAREDE EM PÉ

segunda-feira, 8 de março de 2010

Referências históricas



 Engenho em atividade - Década de 20



  Vista do Rio Jaboatão



    Roda D´água do engenho



    Estrada em frente ao casarão - 1935



Sala superior de estudos e música do Barão de Moreno


Santa da capela do Engenho


Vista da sala de jantar do solar


Comitiva do Governador Mascarenhas de Morais


Visita da família do Governador Mascarenhas de Morais ao Engenho Moreno


Em destaque ao Centro (garoto sentado) Luiz de Souza Leão, Fundador da Cidade do Tupã-SP


Átrio Central da Capela do Engenho



A família -http://pt.wikipedia.org/wiki/Sousa_Leão

Morenos Engenho













O começo.

A história do Moreno começa praticamente com a chegada, entre nós, de dois irmãos portugueses, um dos quais se chamava Baltazar Gonçalves Moreno e adquiriu, no dia 29 de fevereiro de 1616, ao judeu converso Carlos Francisco Drago, por vinte e dois contos e quatrocentos mil réis, um engenho bem montado, com extensos canaviais, sediado à margem do rio Jaboatão, “a oeste Santo Amaro (Jaboatão) e nos limites da Zona da Mata, até então desbravada pela lavoura canavieira”.


Assim, a origem do Município do Moreno (inicialmente, arraial de Catende, depois vila Nathan, vila de Morenos, cidade de Morenos e, atualmente, cidade do Moreno) decorreu da presença de Baltazar e Gaspar Gonçalves Moreno (conhecidos como irmãos Moreno).

Linha do tempo e sucessória

Depois da guerra holandesa, os herdeiros de Baltazar venderam o engenho (mais conhecido pelo nome do proprietário: engenho do Moreno Gordo ou do Moreno), aparecendo como compradora a Condessa de Penaguião D. Luisa Maria de Faro (que o herdara da filha Filipa de Vilhena ou do genro D. José Luiz de Lancastre esse casal não deixou descendentes*), fidalga lisboeta, então viúva do 3° Conde de Penaguião João Rodrigues de Sá e Menezes (titulo da Casa dos Sá e Menezes). Era ela irmã do 6° Conde de Atouguia D. Jerónimo de Ataíde, que foi nomeado Governador Geral do Brasil em 1654, e avó da esposa do General Francisco Barreto de Meneses – o Restaurador – que foi Governador de Pernambuco (até 1657), de onde passou à Bahia para governar o Estado do Brasil. Em 1689, a Condessa de Penaguião vendeu o engenho Morenos a João de Barros Rego, Capitão-mor de Olinda, que se tornou dono de vasta extensão territorial – do Jaboatão à Tapera –, onde depois chegou a possuir não menos de doze engenhos: Morenos (nele sucederam-se vários Barros Rego), Quiaombo, Buscau, Capim-assu, Estiva, Jaboatão, Camarão, Pereiras, Xixaim, Pintos, sapucaia e Viagens. Outros proprietários ocuparam a bem montada fábrica de açúcar de Baltazar Gonçalves Moreno, antes da mesma passar às mãos do Coronel Joaquim Pereira Viana (sogro do tenente-Coronel Felipe de Souza Leão). Foi a um primo, filho deste, bom vivant e endividado, que Antonio de Souza Leão (futuro Barão de Morenos) comprou o engenho (terá sido em mil oitocentos e cinqüenta e poucos, ignorando-se a data certa por se ter queimado a respectiva escritura quando do incêndio da Câmara Municipal do Jaboatão, ocorrido no século XIX, onde estava o tabelionato). Antonio de Souza Leão era filho do Tenente-Coronel Felipe de Souza leão e de Rita Cássia Pessoa de Melo e irmão do Visconde de Campo Alegre (Joaquim de Souza leão) e do Senador do Império Luiz Felipe de Souza Leão, e chegou a possuir oito engenhos: Morenos, Catende, Xixaim, Viagens, Pitimbu, Carnijó, Bom-dia e Brejo. Convém notar que pouco depois de Baltazar Gonçalves Moreno, chegava a Pernambuco Domingos de Souza Leão, português de nobre estirpe, que foi residir na freguesia de Santo Amaro (Jaboatão), onde constituiu família. Do seu único filho, outro Domingos de Souza Leão, descendeu, João de Souza Leão, que foi pai de Felipe de Souza Leão e avô de Antonio de Souza Leão (que foi agraciado, no dia 24 de agosto de 1870, pelo Imperador D. Pedro II, com o titulo de Barão de Morenos). Domingos de Souza Leão era proveniente da chamada Casa do Moreno, sita no lugar do Sobrado, freguesia de São Miguel de Rans, na Arrifina de Sousa, comarca de Penafiel, Bispado do Porto (Portugal).

Particularidades, história e aspectos curiosos

Morenos é um dos engenhos do Nordeste cuja história remonta talvez ao nosso primeiro século e pode ser acompanhada desde suas origens. Nossa Senhora da Apresentação foi o primitivo nome e é a padroeira da sua capela. No mapa de 1665, da “Capitania de Pharmanboque”, de autoria do cartório holandês Vingboos (Biblioteca do Vaticano), aparece assinalado engenho Apresentação à oeste de Santo Amaro (Jaboatão) e nos limites da Zona da Mata, até então desbravada pela lavoura do açúcar. Já era Jaboatão próspera paróquia (ereta em 1586) quando ocuparam os holandeses Pernambuco e contava no seu tremo nove engenhos, entre eles Nossa Senhora da Apresentação, pertencente a Baltazar Gonçalves Moreno. Não foi porém Baltazar o fundador de Nossa Senhora da Apresentação. Um alvará de 1618, Chancelaria de Felipe III (Torre do Tombo), revalidou a venda efetuada pelo marrano (judeu converso) Carlos Francisco Drago, em 29 de fevereiro de 1616, a dito Baltazar, do engenho dessa invocação, “sito na Ribeira do Jaboatão”, validação necessária pela Lei que proibia a “gente de nação” vender os seus bens sem licença real. Havia, pois, de ser do começo do século XVII, senão mesmo de fins do XVI, a fundação do engenho. Uns quarenta anos terão então ficado em mãos de Baltazar Gonçalves Moreno, que só o perderia depois da restauração. Mas o curioso é que, nas Atas (“Dagelikse Notule”) do Alto Conselho do Recife reapareça ele (13 de março de 1642) como comprador de Nossa Senhora da Apresentação de um Duarte Dias Henrique, “cujos herdeiros residiam em Castela”, e pela soma descomunal de 120.000 florins, mediante vinte prestações vencíveis por ocasião das safras. Consta, aliás, da referida Ata que o ladino Baltazar apenas efetuara os primeiros pagamentos. Devido à ausência dos proprietários e à ocupação, continuava devedor. O único meio de regularizar sua posição era propor à Companhia entregar-lhe o engenho para, a seguir, readquiri-lo em termos mais vantajosos. Com a entrega de Apresentação, não só reduzia Baltazar Gonçalves Moreno consideravelmente o preço, prevalecendo-se do seqüestro pela mesma decretada das propriedades de ausentes, como se habilitava a recorrer aos créditos que a Companhia vinha estendendo para a recuperação dos engenhos.

O seguinte nome do proprietário de Nossa Senhora da Apresentação (depois engenho Morenos) a emergir de documentos é a Condessa de Penaguião Camareira-Mor da Rainha de Portugal . Conforme uma escritura de compra e venda de 1689, trasladada da demarcação do engenho Pintos, efetuada em 1844 (Tabelião Valois, do Jaboatão), o procurador da Condessa vendeu Morenos, a João de Barros Rego, Capitão-Mor de Olinda. Seguiram-se-lhe o mascate Antonio Rodrigues Campelo (1714), Domingos Bezerra Cavalcanti (1731), Simão Pereira da Silva e Coronel Joaquim Pereira Viana (1823). Por último, Antonio de Souza Leão (futuro Barão de Morenos), que o comprou a um primo. Morenos permanece em poder da mesma família (SOUZA LEÃO) há mais de cento e cinquenta anos. Fica assim traçada a linha de sucessões no senhorio do engenho Morenos desde sua fundação, ao longo da qual desfilam nomes de ressonância histórica ou aparentados à antiga prosápia pernambucana.

O Município e a história 

( A Batalha antes da Batalha dos Guararapes)

A historia da cidade está mesmo de certo modo ligada ao inicio da guerra de restauração. Segundo relata Nieuhof – o historiador holandês da revolução pernambucana –, foi do engenho de Baltazar Gonçalves Moreno que, depois de andarem recrutando gente pelo Cabo e Ipojuca, saíram os conjurados, Amador de Araújo, Pedro Marinho e João Paes Cabral, para se juntarem às tropas de João Fernandes Vieira. Disso avisado e recebidas as instruções solicitadas do Recife, marchou o Coronel Haus do seu quartel de Muribeca para o Engenho MORENOS, a fim de dar caça aos revoltosos antes que recebessem estes os reforços esperados. E, na versão mais circunstanciada de Calado, havia sido, “no engenho de Baltazar Gonçalves Moreno” que o Capitão mor Amador de Araújo deixara o Capitão Domingos Fagundes com ordens pa ali aguardar o resto dos aliciados que tinham ficado para trás e para lhe dar aviso da aproximação do inimigo. Mais adiante refere o cronista que o chefe holandês chegou com sua tropa avançada ao “engenho do MORENO GORDO”, onde o mulato Fagundes, que a seguir daria tantas provas de sua valentia, o recebeu a fogo. Brigando quase três quartos de hora, de recuo em recuo, conduziu os holandeses para o “empinado monte cercado todo de tabocais”, que os nossos haviam escolhido para oferecer o combate depois de terem estado acampados no sítio do Covas. Pode-se, pois, dizer que a batalha do Monte das Tabocas (03 de agosto de 1645) começou no engenho MORENOS, como ai se verificaria o seu epílogo, pois que, retirando-se Haus, derrotado, durante a noite, foi, no engenho – distante légua e meia – que fez alta, para de lá relatar a sua primeira “parte” ao Alto Conselho.

Sete dias depois, chegaram a João Fernandes Vieira a nova do socorro que lhe mandava da Bahia o Governador Geral, saiu-lhe ao encontro. No dia seguinte, também se alojava o “Governador da Liberdade” no engenho de Baltazar Gonçalves Moreno. Já mesmo dantes, era o engenho Nossa Senhora da Apresentação mais conhecido pelo nome do proprietário. Moreno Gordo ou do Moreno. Jan de Laet remove qualquer duvida sobre a identidade do local e da pessoa ao referir que o Coronel Arciszewsk perseguindo a Camarão, pernoitou com sua tropa a 25 de setembro de 1636, e novamente a 4 de dezembro, no “engenho de Baltazar Gonçalves Moreno – Moreno Gordo”, cujos sustos desde então não terão sido poucos nem pequenos já que pelo engenho passava, de Goiana para o sul, “os limites para trás dos quais se deviam retirar... os nossos habitantes portugueses...” (edital do Conselho do Recife, de setembro de 1636), a fim de evitar contatos com os campanhistas “.

A família Souza Leão e seus principais personagens

Antonio de Souza Leão, filho do Tenente-Coronel Luiz Felipe de Souza Leão e de Cássia Pessoa de Melo, nasceu no engenho Tapera, de propriedade de seu pai a 11 de junho de 1808. Era irmão de João Felipe (pai da Baronesa de Caxangá Inês Escolástica de Souza Leão, nascida em 1844, falecida em 04.02.1900, no Engenho Bom Fim, Ipojuca-PE), José Felipe (desembargador), Joaquim (Visconde de Campo-Alegre), Luiz Felipe (Senador do Império), Inês Escolástica (Baronesa de Tabatinga), Miguel Felipe, Manoel Felipe, Maria de Jesus Inácia, Francisca de Paula, Ana Marcelina e Maria da Conceição.

Pai - de Antônio de Souza Leão¹, Rita Clara, Inês Amélia, Maria Cândida, Luiza, André e Joaquim de Souza Leão

Avô - do bacharel Antonio de Souza Leão Filho² (presidente do primeiro Conselho Municipal do Moreno), Adalgisa, Maria dos Anjos, Perminio, Leopoldina, Luiz de Souza Leão ( fundador da Cidade de Tupã-SP), Maria de Lourdes, Maria Isabel, Maria Cristina, Beatriz, Inês, Jaime, Tomaz, Maria Amélia, Helena, Luiz Antonio (engenheiro) e doutor Joaquim de Souza Leão Filho.

Bisavô - Entre seus bisnetos estão Lúcia de Souza Leão Dourado, Helena de Souza Leão, Antonio de Souza Leão Neto³(Tóta),Maria da Glória de Souza Leão, Leopoldina de Souza Leão. Todos netos herdeiros diretos de Antonio de Souza Leão, o filho a quem a Baronesa de Morenos se associou e passou a ele toda a herança.

Aos 21 anos, foi ele promovido Alferes do Regimento de Cavalaria Ligeira de 2ª linha, que lhe foi conferido em 1829. assassinado o pai o Ten. Cel. Luiz Felipe de Souza Leão em 1832, frente à casa grande, por vil assalariado – mera questão de terra – Antonio de Souza Leão, o mais velho dos quatorze órfãos, tomou sobre os ombros a responsabilidade da família. Só depois que os encaminhou na vida e se formou o benjamim deles, julgou-se habilitado a casar. Tal era a tempera do homem.Maria Leopoldina de Souza Leão, irmã do Visconde de Tabatinga e da Baronesa do Jaboatão, foi a primeira legítima que ele desposou em 1854, já quarentão. Trouxe-lhe um dote, aplicado na melhoria do engenho. Sob nova e competente direção, tornou-se Morenos a propriedade agrícola numero um do Jaboatão, como se verifica de um quadro estatístico de 1857, de autoria de João Francisco Paes Barreto.Foi eleitor, Juiz de Paz e presidente da Câmara Municipal do Jaboatão (pertencia ao Partido Liberal) que instalou à sua custa.Por ocasião da vista a Pernambuco dos Imperadores, em 1859, o já Comendador (desde 1855) da Imperial Ordem de Cristo, Antonio de Souza Leão foi um dos cinco encarregados dos preparativos da recepção a S. S. M. M. I. I. e especialmente incumbido da hospedagem em palácio (Recife). Agraciou-o S. M., o ano seguinte, com outra Comenda, a da Rosa. Em 1868, promoveu-o Dom Pedro II a Dignitário da Imperial Ordem da Rosa e, no dia 24 de agosto de 1870, concedeu-lhe o titulo de Barão de Morenos (brasão de armas igual ao do 2° Barão de Vila Bela). A Baronesa, porém, seria sua segunda mulher, Maria Amélia de Pinho Borges, filha do Barão de Pinho Borges, com quem ele casou em 1864, após curta viuvez. Jovem e prendada, concorreu para o prestígio social que irradiava do solar de Morenos e de seus salões do Recife.

*Maria Amélia de Pinho Borges a Baronesa de Morenos, filha do Barão de Pinho Borges segunda esposa do Barão e madrasta que criou e educou de forma exemplar os filhos oriundos do primeiro casamento do Barão, quando de sua viuvez, passou sua herança ao seu enteado Antonio de Souza Leão¹, o fez em total demonstração de  caráter e espírito cristão que uma fidalga de seu tempo pôde apresentar.

A visita dos Imperadores do Brasil, ao Engenho do Barão, ocorreu em 18 de dezembro de 1859.

O sobrado do Engenho M0renos é um dos mais perfeitos do Brasil, no seu equilíbrio e elegância. A surpreendente mansão, de estilo singular na zona açucareira (o crítico de arte José Mariano Filho atribuiu-lhe o risco do arquiteto francês Louis Vauthier, autor do famoso Teatro Santa Isabel), ainda se conserva bem mobiliado, apesar de a Baronesa, quando viúva, ter transferido para a sua residência do Recife, as melhores peças, a louça brasonada, os cristais e a prataria e os ricos álbuns de retratos(carece de detalhes). Guarda, todavia, nos mesmos lugares, além dos moveis, as telas e os tapetes que ali se encontravam quando da visita dos Imperadores do Brasil.Por testamento do Barão, passou o engenho MORENOS ao segundo filho varão – Joaquim –, que tinha apenas onze anos. A Baronesa continuou nele vivendo até 1895. por motivo de doença, Joaquim de Souza Leão transferiu-o (1900) à sua mãe, pela módica soma de 200 contos. Logo em seguida, isto é, pouco antes de falecer, a viúva do Barão de Morenos associou seu outro filho Antonio de Souza Leão¹, com cujos herdeiros se encontra hoje a propriedade, que foi dirigida por um bisneto do titular: quarta geração da família ai fixada e quarto de nome Antonio (Antonio de Souza Leão Neto – Tota) já Falecido. Na capela do engenho (algo afastada e sobre o alto da colina), apresentando um frontão barroco, do tipo tradicional, com fachada neoclássica, acha-se enterrado no tumulo o Barão de Morenos, belo ataúde de carrara, encimado por uma urna e ostentando as armas da família, em baixo relevo.

Texto de João Carneiro da Cunha, retirado do livro Moreno 50 anos 1928 a 1978

Personalidades:


Antônio de Souza Leão, primeiro e único Barão de Morenos,(11 de junho de 1808 - 18 de novembro de 1882) foi proprietário rural e um nobre brasileiro, membro de tradicional família dos Souza Leão. Filho de Filipe de Souza Leão, foi agraciado pelo imperador do Brasil, Dom Pedro II, com o título de Barão em 24 de agosto de 1870   Antonio de Paula Sousa Leão - Barão de Moreno, 1870. Alferes do Regimento de Cavalaria Ligeira de 2ª linha, em 1829; Juiz de Paz e Presidente da Câmara Municipal do Jaboatão dos Guararapes (Partido Liberal); Comendador da Rosa e da Imperial Ordem de Cristo; Dignitário da Imperial Ordem da Rosa. Nasceu em 1808/Engenho Tapera. Filho do Tenente-Coronel Felipe de Sousa Leão e de Cássia Pessoa de Melo. Assassinado o pai, em 1832, por um trabalhador, o Barão, o mais velho dos 14 órfãos, passou a cuidar da família. Só depois que encaminhou os irmãos, julgou-se habilitado a casar: 1ª núpcias com Maria Leopoldina de Souza Leão, em 1854, e em 2ª núpcias comMaria Amélia de Pinho Borges, a Baronesa de Morenos, filha do Barão de Pinho Borges, em 1864. Foi um dos cinco encarregados dos preparativos da recepção a S. S. M. M. I. I., em 1859, e incumbido da hospedagem em palácio (Recife)  Proprietário dos engenhos: Catende, antes Milagre da Conceição/Catende; Gurjaú de Baixo e de Cima, Carnijó/Jaboatão dos Guararapes; Morenos, Brejo, Bom Dia, Xixaim, Viagens, Cumaru /Moreno e Brejo; Pitimbu e  Jurissaca/Cabo de Santo Agostinho.18 de outubro ou novembro. Falece, aos 74 anos de idade, o BARÃO DE MORENOS, possuidor de oito engenhos: MORENOS, CATENDE, XIXAIM, VIAGENS, PITIMBU, CARNIJÓ, BOM DIA e BREJO. Deixou uma das grandes fortunas de seu tempo, em Pernambuco, avaliada em 10:630$400  (escravos, prédios urbanos, apólices gerais e dívidas a cobrar, e neste total não estavam compreendidas as jóias e ricas alfaias)1900 - Morre, no dia 28 de março, com 61 anos de idade a BARONESA DE MORENOS (Maria Amélia de Pinho Borges, segunda mulher do Barão) (OU nome de Casada Maria Amélia de Souza Leão)

        Segundo o registro DAS MEMÓRIAS DA VIAGEM DE SUAS MAJESTADES IMPERIAIS À (BAHIA) PERNAMBUCO:

ENTRE AS SENHORAS QUE ACIMA MENCIONÁMOS, E QUE TIVERÃO A HONRA DE JANTAR NO PAÇO, PODÊMOS INDICAR A SNRA. VISCONDESSA DA BOA VISTA, A SENHORA DO PRESIDENTE DA PROVINCIA, A DO SR. COMMENDADOR ANTONIO DE SOUSA LEÃO, A DO SENHOR JOSÉ ANTONIO DE OLIVEIRA, E A DO SR. DR. LUIZ DUARTE PEREIRA. NOTAS DE ESTILO DA ÉPOCA

Dia 18 de Dezembro de 1859 

A´s 7 horas passárão SS.MM. por Tegipió, ás 7 1,2 atravessárão a povoação de Santo Amaro de Jaboatão, e ás 9 horas chegárão ao Engenho Morenos do Snr. Commendador Antonio de Sousa Leão, que a meia legoa de distancia tinha vindo esperar os augustos viajantes, acompanhado de muitos de seus parentes e amigos. No engenho forão SS.MM. extremosamente acolhidos por muitas senhoras, á frente das quaes se achava a Snra. Maria Leopoldina de Sousa Leão, digna esposa do referido Commendador; e alli passárão SS.MM. algumas horas, rodeado das mais develadas attençoes. O almoço e o jantar forão alegres e sumptuosos. NOTAS DE ESTILO DA ÉPOCA

Dia 20 de novembro de 1859

Pelas 6 horas da manhã SS.MM.II. seguidos de todas as pessoas que os acompanhárão desde a cidade do Recife, e das que as estas se reunirão no engenho Morenos, partirão da cidade da Victoria com direcção à Capital. NOTAS DE ESTILO DA ÉPOCA
          
http://books.google.com.br/books?id=C_M8AQAAIAAJ&hl=pt-BR&hl=pt-BR&pg=RA1-PA33&img=1&zoom=3&sig=ACfU3U1LImwuZFahm_nb3txJ4O7dq4CmDQ&ci=13%2C1199%2C893%2C114&edge=0







Veja quem ascende de Moreno Engenho em seus vários ramos:


João Cabral de Melo Neto, neto de Maria Rita de Souza Leão e bisneto de Felipe de Souza Leão irmão do Barão de Morenos.




Armínio Fraga, neto de Leopoldina de Souza Leão, e trineto do Barão de Morenos (Antônio de Souza Leão)





Patrícia Dourado, é neta de João Dourado Azevedo e Lucia de Souza Leão,e trineta do Cel. Antônio de Souza Leão, e seu tataravô é o Barão de Morenos (Antônio de Souza Leão)